Renata Bueno tem cidadania italiana – sua família é de Treviso, na região do Vêneto – e ela representará os italianos (ou brasileiros com dupla cidadania) que vivem na América do Sul. Durante sua campanha, ela viajou para várias cidades do Brasil, passando por aquelas com uma forte influência italiana, como Criciúma (SC) e a região da Serra Gaúcha (RS). Segundo ela, o Brasil nunca teve tantos representantes como agora, pois conseguiam eleger ao menos um deputado. Neste ano de 2014 foram quatro brasileiros com dupla cidadania eleitos deputados e um, senador. No processo eleitoral da Itália, os eleitores votam nas chapas concorrentes. Renata faz parte da chapa Unione Sudamericana Emigrati Italiani (USEI). Na cédula, depois de escolher a chapa, é possível escrever o nome do candidato. O USEI conquistou 44.024 votos, elegendo um deputado (Renata). Destes, a assessoria da deputada eleita afirma que 21 mil vieram do Brasil e calcula que 90% tenham sido para Renata. Em Curitiba, a brasiliense (que é filha do presidente estadual do PPS no Paraná, o deputado federal Rubens Bueno) foi vereadora, mas não conseguiu se reeleger na última eleição. Mas ela conseguiu uma votação quase quatro vezes maior no pleito italiano. Para representar as pessoas que a elegeram, Renata explica que deverá atender a “demandas clássicas” dos italianos que moram na América do Sul, sobretudo no Brasil, em questões que passam por cultura, intercâmbio e educação. E a deputada ítalo-brasileira já conseguiu exportar a lei Rouanet para a Itália. O Ministério da Cultura incorporou o texto proposto pela parlamentar num decreto-lei aprovado no meio de julho. A lei italiana ainda prevê que os projetos culturais beneficiados pela legislação não precisam ser, necessariamente, desenvolvidos na Itália. “Cidadãos italianos do Brasil, por exemplo, podem captar recursos para projetos relevantes a serem realizados no país”, diz a deputada. “Diante da crise na Europa e da necessidade de cortes no orçamento, a Lei Rouanet é uma boa solução que já dá certo no Brasil”, completa Renata. De acordo com informações do PPS, Renata concorreu às eleições na Itália a partir de um convite do senador Edoardo Pollastri.