O premier da Itália, Matteo Renzi, enviou na segunda-feira desta semana (28) uma carta para os senadores da base aliada dizendo que muito do futuro da nação depende da vontade deles, em referência à votação do projeto de reforma constitucional que acaba com o bicameralismo paritário no país. "Há quem quer bloquear tudo e há quem deseja mudar, começando por nós mesmos. Fomos chamados a uma grande responsabilidade, não podemos desperdiçá-la", escreveu o primeiro-ministro. No último dia 21 de julho, o Senado começou a analisar uma proposta que reduz drasticamente os seus poderes.
A medida é uma das principais bandeiras de Renzi e tem causado polêmica porque transforma a Casa em uma espécie de "Câmara das Autonomias", sem membros eleitos diretamente pelo povo. Ao invés dos atuais 315 senadores, ela seria composta por 100, dos quais cinco seriam nomeados pelo presidente e os outros 95 seriam prefeitos e membros de assembleias legislativas.
Além disso, esses novos "senadores" não receberiam salários e nem teriam direito a votar temas como a confiança ao governo e o orçamento, função que caberia apenas aos deputados. No entanto, eles continuariam tendo papel em algumas questões, como a discussão de reformas constitucionais. Na cabeça do premier, o ideal seria aprovar a iniciativa no Senado até 8 de agosto, quando os parlamentares saem de férias, mas o grande número de emendas apresentadas (7.850) torna o processo bastante lento, e muitas delas vieram justamente de uma minoria de insatisfeitos do Partido Democrático (PD), sigla liderada por Renzi. "Precisamos retirar essas emendas. Se eles quiserem uma semana a mais, nós daremos, mas se quiserem obstruir tudo, diremos 'não", afirmou o primeiro-ministro para alguns aliados. (Fonte: ANSA)